Diabetes Gestacional, você me assombrou!

A minha primeira tarefa prescrita pelo médico com quem iniciei meu pré-natal foi realizar uma extensa lista de exames. Precisava checar absolutamente tudo, por isso, a visita ao laboratório teve ares vampirescos tamanha a quantidade de tubinhos a serem preenchidos com o meu sangue.

Por mais que a gente saiba que tá tudo bem, bate aquele nervosinho em relação a algumas doenças que podem ser identificadas nos exames, como a toxoplasmose, a rubéola, infecção urinária, anemia e pra mim a mais temida era a diabetes gestacional.

Minhas duas avós tem diabetes, no lado paterno existem casos graves de diabetes na família. Então esse foi um assunto que sempre me preocupou, talvez por isso eu nunca tenha sido uma pessoa louca por doces, sempre que tinha vontade de comer era algo salgado.

Enfim saíram todos os meus exames, tudo ok, exceto pelo número 90 ao lado da palavrinha glicemia. Na tabelinha do exame dizia que o limite saudável era 100. Quando fui ao médico já veio o alerta: “esse resultado é preocupante, está no limite, o açúcar é teu inimigo daqui pra frente”.

Então minha gente, todo aquele papo de boa alimentação na gravidez começou a ser levado mais a sério. Evitei ao máximo todos os doces, refrigerantes e porcarias em geral, e logo acabei descobrindo uma série de alimentos que continham açúcar e eu nem fazia ideia, é o caso da beterraba, por exemplo. Não foi nada fácil!

diagest

Fiquei na sombra da possibilidade da diabetes gestacional, e o pior eu que mal tinha vontade de comer doce antes, agora faria tudo por um quadradinho de chocolate depois do almoço. Incrível como o cérebro funciona, foi só dizer “cuida o açúcar” que tudo o que eu mais queria era açúcar. Obviamente tive alguns (vários) deslizes e acabei sucumbindo uma vez e outra às delícias açucaradas.

A cada mordidinha em um pedaço de chocolate ou naquelas balinhas de gelatina, uma pulguinha aparecia atrás da minha orelha e eu morria de culpa. O comportamento era legítimo de viciada, cheguei ao ponto de comprar um pacote de trakinas e esconder do maridón no armário (desculpa amor, agora tu sabe), como se eu tivesse que esconder dos outros que me “vigiavam” e tentavam ajudar, quando na verdade o que eu tava fazendo era irresponsável comigo e com o bebê. Então, shame on me.

Aí chegou a hora de fazer a segunda bateria de exames da gestação. E lá estava o pedido na receitinha do médico “glicemia em jejum”. Sentada na cadeirinha do laboratório pipocavam na minha cabeça as barrinhas de kit kat e a lista extensa dos possíveis riscos que a doença pode trazer pro bebê. Eis que finalmente saem os resultados e ALELUIA, o número era 77.

Respirei um pouco mais aliviada, embora ainda com alguma culpa nas costas, e claro, voltei a cuidar com afinco da minha dieta. Até porque não é só o açúcar que tem que regular, tem muito nutriente que não pode faltar na alimentação durante a gravidez, mas esse é um assunto pra outro post.